terça-feira, 22 de setembro de 2015


Sinopse: Mais ou menos lá pelo meio da Idade Média, um bobo da corte recebe de herança do rei um castelo abandonado  e também os doentes e aleijados do reino como súditos... Começa assim este romance de heróis estranhos (e na realidade tão comuns), lutando por uma vida melhor, com armas muito atuais: o trabalho, o companheirismo, a confiança, a criatividade, para vencer a fome e a peste. Depois, enfrentando o obscurantismo e a opressão, o Castelo resiste, e vence novamente através do perdão e da união, lições também muito atuais para o mundo de hoje.

  Bem, para começar quero dizer que li esse livro para a escola. Quem já leu outras resenhas minhas, como de Alexandre e Outros Heróis, sabe como eu odeio ser obrigada a ler um livro, e tenho certeza de que não sou a única. Mas dessa vez foi muito diferente, e sem dúvidas esse foi o melhor livro que minha professora poderia ter escolhido. Nele, você não encontra histórias sem nenhum sentido como em Alexandre, e muito menos uma super repetitiva, e consequentemente enjoativa, como em Dona Casmurra e Seu Tigrão.
  Como pode-se ler na sinopse, a história é passada na Idade Média, e conta as aventuras e desventuras que um bobo da corte, chamado de Bobuque, e seus súditos (todos com nomes muito engraçados, com os adultos de acordo com sua função no novo lar, e as crianças com os de estações do ano e dias da semana) sofrem para chegar e tornar habitável o Castelo do Canto, um lugar construído pelo antigo Rei para que ele apenas pernoitasse em viagem aos reinos vizinhos. Lá todos trabalham em alguma coisa para transformar o Castelo de um lugar horrível e sem valor para um lar para crianças órfãs, velhos, deficientes, doentes, aleijados e até bandidos. Eles conseguem fazer com que esse lugar se torne um reino muito melhor que qualquer outro aos arredores, mesmo realizando coisas por si próprios, como plantando e colhendo seu próprio alimento, reformando o castelo com ferramentas velhas doadas e usando animais que foram conseguindo pela viagem.
  O melhor de tudo foi que Domingos Pellegrini (autor) conseguiu transmitir durante todo o livro como era a verdadeira vida de cada pessoa na Idade Média, desde os mais pobres até os mais ricos, dos mais novos aos mais velhos. Esse aspecto foi o que mais me agradou, a suposta realidade que atingia a sociedade dos tempos da Idade Média.
  No livro, são mostrados além dos personagens já citados, toda a nobreza, camponeses, clero... Todos da forma que devem ser retratados para mostrar a verdade do que realmente acontecia naqueles tempos.
  Cada personagem tem seus medos, angústias, sofrimentos, paixões, decisões e escolhas, sendo que tudo isso influencie em seu destino final.
 — É uma doença — disse o Poeta — Dá em muita gente: chama de amor.
— Me parece mais uma febre chamada paixão — Bobuque olhou para onde Sábado olhava com a carroça parada.  
  Um ponto que pode ser considerado negativo é que o título geralmente é mal interpretado. Veja, As Batalhas do Castelo não se refere exatamente a batalhas entre pessoas para conseguir dominar e/ou manter o castelo. É mais as batalhas que eles tem de enfrentar para poder tornar a vida melhor, como a própria sinopse diz, como o trabalho para vencer a fome, o companheirismo e a união para vencer a peste que assola os reinos, acompanhado da criatividade para fazê-lo. Batalha, batalha não há.
Naquele tempo, os ratos causaram pestes que mataram até mais da metade do povo em muitos reinos, mas ninguém desconfiava dos ratos: para uns, a peste era coisa do Diabo; para outros, era castigo de Deus. De qualquer modo, morrer era o que mais acontecia nos castelos e aldeias onde chegava a peste; e mesmo cidades chegavam a ficar vazias de gente e cheias de cadáveres roídos pelos ratos  que assim mais e mais aumentavam, viajando em bandos pelos campos, levando a peste a todos os horizontes. 
  Esse foi um livro maravilhoso de se ler, sem muitas palavras complicadas, o que torna a leitura super leve e agradável, de modo que ela flua muito bem. Como são só 123 páginas, dá para ler em um dia. 

Fonte: http://leitoresforever.blogspot.com.br/2014/10/resenha-do-livro-as-batalhas-do-castelo.html

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